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domingo, 25 de março de 2007

Palavras de amor, do próprio amor.




Palavras de amor, do próprio amor.

Rafaela Assunção

Queria falar de amor...

Desses do cinema, que nos fazem arrepiar só de imaginar. Dos mocinhos e das donzelas, das aventuras inimagináveis...Do amor da dramaturgia que faz do impossível o momento de se viver.

Queria falar de amor...


Desses dos jardins dos livros, dos encantos das mocinhas recollhidas entre as flores, enrubecidas e envergonhadas, dos lencinhos caindo sem querer, num bem querer de ternura a encantar a masculinidade dos apreciadores do bom jeito de mulher.

Queria falar de amor...

Desses dos contos de fadas, das princesas encatadas, dos pomposos salões de baile, das inimizades de reinados, das mortes passionais, de cavalos brancos, encantos desfeitos, bruxas maldosas e castelos de príncipes.

Queria falar de amor...

Desses das canções, reprimidos pela distância e ilusão, salvos em melodias cheias de poesia, que enobrecem os casais apaixonados, e choram as separações.

Queria falar de amor...

Daqueles que se calaram, que não amadureceram no tempo certo, que passaram despercebidos por olhares pouco atentos, que dissiparam num instante de lágrimas e dor.

Queria falar de amor...

Daqueles que nunca vieram, que ficaram perdidos ou aprisionados numa atmosfera de orgulho e ódio, e perderam-se em devaneios, em oportunidades desperdiçadas, em ocasiões em que tudo o que se deveria dizer era "sim", mas deu-lhes o "não".

Queria falar de amor...

Daqueles não experimentados, do beijo não roubado, do instante não aproveitado, da carícia mal feita, e do abraço desfeito quando o coração suplicava pela estranheza de um afago, do dengo de amor que podia se ter...simplesmente negado.

Queria falar de amor...

Desses e daqueles...só queria falar de um amor...que não se torna antiquado, que não se dissipa num instante...de um amor com um pouquinho de razão, um amor de badalar o coração, de despertar emoção... um amor de verdade. Com um pouquinho desse, e quem sabe um pouco daquele...um amor que eu queria falar, mas que teme em falar por mim.

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